Lula: o agronegócio sabe que 'não teve presidente que mais cuidou dele do que eu'

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que os governos dele e da sua sucessora, Dilma Rousseff (PT), foram os que mais cuidaram do agronegócio na história do país. Em entrevista à Itatiaia, o petista disse que uma Medida Provisória assinada por ele em 2008 permitiu um refinanciamento de R$ 75 bilhões para empresários do setor.

"Se a gente não tivesse feito isso, eles tinham quebrado", afirmou.

Lula também disse que os juros para compra de maquinário agrícola eram menores e afirmou que o agronegócio e a agricultura familiar são importantes para o país e precisam conviver em harmonia.

O agronegócio é um setor estratégico para a campanha de Lula já que boa parte dos empresários são associados ao presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL).

"O agronegócio sabe que não tem na história um presidente que cuidou mais do agronegócio do que o presidente Lula e a presidenta Dilma", afirmou na entrevista.

"Nós fizemos uma Medida Provisória chamada 452, uma Medida Provisória que resolveu o problema da securitização da dívida dele de quase 75 bilhões de reais. Se a gente não tivesse feito isso, eles tinham quebrado. No nosso tempo, o agronegócio comprava trator financiado para pagar 2% de juro ao ano, agora eles estão pagando 14 ou 18%", completou ao se referir à MP 432, de 2008.

Lula tem repetido durante suas entrevistas que "cuidou" do agronegócio e que seu governo fez "investimentos necessários" e sugeriu que os empresários não gostam dele por causa do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST).

"Eles podem não gostar de nós por outras coisas, por causa dos 'sem terra'. Mesmo assim, eu tenho desafiado eles: me mostre as terras produtivas que os 'sem terra' invadiram. Porque quem mede se a terra é produtiva ou não, não são os 'sem terra', é o Incra. E todas as ocupações que os 'sem terra' fizeram, a terra foi considerada improdutiva e quem paga é o governo", defendeu.

Por fim, Lula disse ainda que o Brasil precisa tanto do agronegócio como do pequeno produtor e que os dois precisam viver em harmonia.

"Eu acho que eles se queixam erradamente, equivocadamente. É uma visão confusa e eles precisam saber que o Brasil comporta o pequeno e médio produtor rural e o grande produtor rural", defendeu.

"O Brasil precisa de gente que produza em grande escala e precisa de gente que cria galinha caipira que a gente come, o porquinho que a gente come, que planta o alface, que planta o pepino, que planta o alho que a gente come. Nós precisamos dos dois. Um planta para vender, outro planta pra gente comer. Então, nós precisamos dos dois e precisamos que os dois vivam em harmonia. E é isso que eu vou fazer", concluiu.